O Egito ptolomaico é um período da história do Egito que decorre entre 305 a.C., (ano em que um antigo general de Alexandre Magno, Ptolomeu I Sóter, se tornou rei do Egito), e 30 a.C quando a rainha Cleópatra VII foi derrotada e o Egito passou a ser integrado no Império Romano como província.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Analisando a Cleopatra de Shaw

Caesar & Cleopatra - part 2

Há pouco tempo atrás, foi postado nesse mesmo blog, uma coletanea de videos com a versão de 1976 de Cesar e Cleopatra inspirada na peça homonima de George Bernard Shaw.

Bem, Cleopatra VII foi a primeira celebridade da historia, e esse titulo lhe conferiu inumeras lendas que estão ligadas tão intrinsicamente ao seu nome, que a grande maioria das pessoas não sabe aonde termina a Cleopatra historica e começa a sedutora e inescrupulosa rainha da lenda.
Além das "lendas" criadas ao seu redor, ela também serviu de fonte para ilustres nomes da literatura mundial, e isso não quer dizer que a Cleopatra historica tenha prevalecido nessas obras literarias. Um desses grandes nomes supracitados, é justamente Bernard Shaw, escritor do final do periodo vitoriano que a retrata como a jovem e amedrontada princesa diante da tomada romana do Egito, na verdade, praticamente um retrato do estereotipo da mulher de sua época.
Para conhecer sua versão de Cesar e Cleopatra, basta ver os videos postados aqui, ou então, ver sua versão cinematografica com a explendida Vivien Leigh.


Comentarios 'não tão ptolomaicos' sobre Cesar & Cleopatra




Já na primeira cena, Cleopatra está escondida na Esfinge (sim, na Esfinge!) e dá de encontro com Julio Cesar, mas sem saber quem é aquele senhor tão distinto, lhe fala para procurar abrigo, pois os romanos estão chegando e Julio Cesar, seu comandante, é uma especie de monstro que come criancinhas...
Julio Cesar logo se encanta com a inocencia de Cleopatra e dá corda a seus medos, mas sempre jurando protegê-la deste temivel romano.
Já no palácio de Alexandria (que deveria ser ao lado da Esfinge, rs), Cesar lhe diz que ela deve se apresentar ao temivel romano como uma verdadeira rainha, e faz com que suas camareiras lhe vistam com todos os paramentos reais, enquanto a mimada Cleopatra as chicoteia por não fazerem tudo que ele manda imediatamente.
A "brincadeira" só termina quando os oficiais de Cesar entram no palacio de Alexandria e o saúdam como o grande Julio Cesar, e Cleopatra, aliviada e excitada, se joga nos braços de seu protetor.
A cena em que Cesar a introduz à toda corte alexandrina, mostra uma Cleopatra quase infantil diante de um irmão caçula que deveria, no minimo, ter uma reação muito mais "tola" do que a dela, mas ela continua sendo a menina mimada que só se importa em sentar-se no trono do Egito diante de seus inimigos, ao mesmo tempo em que não se importa nem um pouco em sentar-se aos pés de Cesar logo em seguida como uma criada qualquer. Mas o ápice das "peraltices" de Cleopatra está em se fazer embrulhar em um tapete (sim, a famosa historia do tapete se torna uma das situações mais bobas da peça de Shaw) e ser levada para a Ilha de Pharos, aonde Cesar estava no meio de uma batalha, apenas para ver o que ele estava fazendo e o que iria acontecer. Ou seja, além de tola e infantil, ainda é um peso morto!




Mas lembremos sempre que se trata de um classico da literatura, do teatro e do cinema, e portanto, deve ser conhecida por quem admira a historia de Cleopatra VII. A historia em si é engraçadinha, e Vivien está radiante no filme que serve apenas como entretenimento despretencioso, mas nunca como uma versão historica da rainha. Mas recomendo aos fãs de Cleopatra como arquivo de obras feitas sobre ela, assim como recomendo sua estória narrada por Shakespeare.



Curiosidades sobre Caesar and Cleopatra:


O escritor da peça, George Bernard Shaw colaborou diretamente com Caesar and Cleopatra, em sua versão de 1945, essa mesma estrelada por Vivien Leigh.
Após ver parte do filme nos estudios londrinos, Shaw remarcou, "Quantas possibilidades! São possibilidades ilimitadas! Aqui vocês tem o mundo todo para filmar!"

Existem também duas grandes produções desta mesma peça para a tv. A primeira feita em 1956, uma produção da NBC estrelada por Claire Bloom, Cedric Hardwicke, Farley Granger, Jack Hawkins e Judith Anderson.


Cena de Caesar and Cleopatra de 1976 com Claude Reims e Genevieve Bujold


A segunda versão é a de 1976, também da NBC, e estrelada por Geneviève Bujold, Alec Guinness, Clive Francis, Margaret Courtenay, e Iain Cuthbertson. Esta é a versão dos videos postados há pouco tempo aqui no blog.


Christopher Plummer no papel de Caesar em 2009
No festival de Stratford de 2009 foi feita uma produção estrelada por Christopher Plummer (o eterno Capital Von Trapp de "A Noviça Rebelde", no papel de Caesar, e Nikki M. James como Cleopatra, que foi distribuido para um numero bastante limitados de cinemas, mas acabou sendo lançado em DVD ainda durante o festival.

Vivien como Cleopatra em 1951

Vivien Leigh interpretaria Cleopatra novamente nos teatros em 1951, tanto na versão de Bernard Shaw "Caesar and Cleopatra", quanto na shakespeareana "Antony and Cleopatra", ambas ao lado de Laurence Olivier.



Acima, Vivien Leigh e Laurence Olivier em "Caesar and Cleopatra" e em "Antony and Cleopatra"

Em breve, Antonio e Cleopatra de Shakespeare! Por enquanto, fiquem com o trailer da versão cinematografica de Caesar & Cleopatra de Bernard Shaw de 1945, com Vivien Leigh e Claude Reims.



Cleopatra VII, a filha de Isis

Um comentário:

  1. o melhor filme sobre cleopatra é o de 1963 com Elizabeth Taylor no papel da rainha do Nilo. esse de 1945 é engraçadinho, mal explicado, confuso e com uma cleopatra medrosa e sem personalidade.

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